Quando eu era criança, um dos meus traumas estava relacionado ao meu nome. Não porque eu não gostasse – aliás, adoro -, mas porque toda vez que eu ia com meus pais a feiras, parques, exposições ou algo que o valha, sempre tinham barraquinhas vendendo pulseiras, porta-retratos, porta-joias, placas de porta ou outros objetos decorados com nomes. E eu nunca encontrei nenhum, a pronta entrega, com Mariella. Existiam montes de Marianas, Rafaéis, Fernandas e Felipes, que eram sempre uma possibilidade concreta de venda. Até Margô eu encontrei, mas Mariella, nunca.
Depois eu cresci e isso deixou de ser importante, claro. Afinal, sempre foi mais fácil ser a única Mariella na turma da escola, do clube, da ginástica. O mais próximo que cheguei foi de uma ‘semi-cunhada’ chamada Mariela, com um ‘éle’ só. Ela era a irmã mais velha de um caso adolescente meu e sempre dizia: “com tanta Tatiana [nome da outra irmã] no mundo, tu foi logo encontrar uma Mariella”.
Ainda assim, é raro encontrar Mariellas por aí. Tenho sempre uma sensação diferente que, provavelmente, as Marianas, Rafaéis, Fernandas e Felipes já se acostumaram a sentir. Por isso, justifico este post: ontem, descobri que existem, no mundo, duas músicas com o meu nome, com dois ‘éles’ mesmo. Kate Nash e Bobby Summer parecem ter histórias para contar de homônimas minhas. E o engraçado é que, pra mim, foi como se, finalmente, achasse uma pulserinha com o meu nome pra vender.
Não conheço muito de Kate Nash e não sabia que o tal Bobby Summer existia até ontem. As canções não pertenceriam às minhas playlists em outras ocasiões, nem as letras me agradam muito, porém, fiquei feliz em saber. A música dela é até meio sombria, mas a dele é alegre e começa com “Señorita. Tequila, tequila, tequila. Señorita”. Além disso, me faz lembrar do meu amigo latino Vicenzo, que hoje vive longe, lá na Austrália.
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